quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Convento de Cristo de Tomar

O Convento de Cristo, histórico monumento na cidade de Tomar, classificado pela UNESCO como Património Mundial, pertenceu à Ordem dos Templários. Fundado em 1162 pelo Grão-Mestre dos Templários, Gualdim Pais, ainda conserva recordações desses monges cavaleiros e dos herdeiros do seu cargo, a Ordem de Cristo. O Infante D. Henrique, o Navegador, Mestre da Ordem desde 1418, ordenou que fossem construídos claustros entre a Charola e a fortaleza dos Templários, mas as maiores modificações verificaram-se no reinado de D. João III (1521-1557).
Arquitectos como João de Castilho e Diogo de Arruda procuraram exprimir o poder da Ordem, construindo a igreja e os claustros com ricos floreados manuelinos que atingiram o máximo esplendor na janela da fachada ocidental. Actualmente, é um espaço cultural, turístico e devocional. A arquitectura partilha traços românicos, góticos, manuelinos, maneiristas e barrocos. Destacam-se entre outros:
A Charola – primitivo oratório românico dos Templários, em forma de rotunda fortificada e inspirado no templo de Jerusalém, datado do século XII. Dessa época são, igualmente, os capitéis das colunas centrais e a pintura sobre pedra alusiva a S. Cristóvão.
O Corpo da igreja – construído na campanha manuelina de 1510-15, este corpo que inclui a nave, o coro alto e o coro baixo, foi ligado à charola por um grande arco rasgado nos muros do velho oratório. O tambor interior da rotunda foi convertido em capela-mor.
A Janela Manuelina – é a janela da fachada ocidental da igreja conventual, foi presumivelmente desenhada por Diogo de Arruda e executada entre 1510 e 1513. É um dos mais originais testemunhos do tardo-gótico “manuelino” com a sua típica acentuação de motivos hiper-realistas e hiper-naturalistas. Simbolizando a Árvore da Vida e a Árvore de Jessé, segundo os temas das Escrituras, reflecte iconograficamente o programa “imperial” de D. Manuel e da Ordem de Cristo.
Podemos ainda visitar: os claustros góticos, com estrutura e arcadas quebradas sobre colunas agrupadas; o Claustro da Lavagem, quadrangular e de dois pisos; o Claustro do Cemitério, quadrangular, com o piso com cinco tramos por ala; o Claustro da Micha, quadrangular com quatro alas; o dos Corvos, também quadrangular, mas com duas galerias de dupla arcada separadas por contrafortes; o Claustro de D. João III, quadrado, com chanfros nos ângulos; o refeitório, com abóbada de berço com nervuras formando caixotões quadrados e ainda a cozinha, contemporânea do refeitório e que dispunha de um poço ligado à cisterna do Claustro da Micha. Vimos também o forno do pão – a casa da padaria e respectivo forno – e que foi criado para serviço do convento e apoio aos peregrinos e pobres. Vimos ainda a antiga livraria, que originalmente foi uma das salas de estudo ou o scriptorium do convento
No fim da visita podemos dizer que ficámos deslumbradas e culturalmente mais ricas, pois é um monumento magnífico, um retalho grandioso da nossa história que vale a pena visitar.

Carla Silva e Paula Silva

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